Manifestação prévia de incapacidade e limitação:
Sou um mero licenciado em Ciências Militares Navais, o que sobre o assunto em reflexão não trás qualquer tipo de iluminação. Ainda mais nos tempos que correm em que a proliferação de pós-graduações, MBAs, DBAs, e outros BAs que estejam por nascer me torna num perfeito ignorante. Mas como a Net é democrática e me dá as mesmas possibilidades que ao Stephen Hawking, escrevo o que me apetece, mesmo correndo o risco ser chamado de Burro (coisa que quem me conhece sabe que estou habituado).
Li na impressa diária que no corrente ano as solicitações de apoio de famílias sobre endividadas já excederam as 11000. Impressionante!
Dir-me-ão que a culpa é das ditas famílias que não souberam fazer contas à vida. Certo!
Mas que dizer da atitude completamente irresponsável das instituições financeiras que alimentaram este fartar vilanagem, sem qualquer tipo de cautela ou escrúpulo? No mínimo irresponsável! Digo no mínimo porque para mim há aqui algo mais do que mera irresponsabilidade.
Congelemos esta reflexão e passemos a outro ponto.
O Estado pediu recentemente ajuda financeira ao FMI e ao BCE, ajuda essa que se traduzirá num financiamento de 78 Mil Milhões de euros. Desta verba 12 Mil Milhões estão reservados para suprir eventuais necessidades da Banca. Ora estas necessidades advêm do facto de os bancos estarem com capitais reduzidos, e como para ajudar à festa alguém disse que somos lixo, impossibilitados de se financiar.
Mas agora pergunto eu:
Porque não damos esta verba aos bancos de forma indirecta?
Porque é que não pegamos no dinheirinho e liquidamos os múltiplos empréstimos dos sobre endividados sanando de uma vez as suas responsabilidades com a banca?
Obviamente que isto seria feito só aos sobre endividados, mediante garantia de estes não contraírem novos empréstimos, e com um juro e prazo de pagamento exequível.
Desta forma a banca reduziria fortemente o mal parado e assistiria a uma entrada de capital que lhe permitiria ter liquidez para, por exemplo, apoiar as empresas.
Desta forma as empresas apoiadas criariam mais emprego.
Desta forma os sobre endividados ficariam com um pouco de mais liberdade para de forma ligeira, mas no seu conjunto significativa, estimular o consumo, acelerando a economia.
Desta forma os tribunais que estão absolutamente atafulhados com o contencioso da banca ficariam mais libertos para os processos que verdadeiramente interessam.
E podia continuar por aí fora com uma miríade interminável de vantagens directas e indirectas. Então porque não se considera esta hipótese?
Tenho cá para mim que a banca não está muito interessada nisto. Toda esta teia, tecida a pouco e pouco, tornou a população mundial em meros escravos. Não, não ponho escravos entre aspas, somos literalmente escravos de um sistema do qual não conseguimos fugir. Um sobre endividado é um cliente eterno! Porque haveriam os bancos de prescindir desta prebenda?
Tenho cá para mim que encapotado em reestruturação a banca vai usar o bendito dinheirinho para eternizar o que já não tem fim. E em cima disto mais juros, mais lucros, mais bónus obscenos para administradores incompetentes oriundos dos viveiros dos partidos.
Pela minha parte não entendo.
Acho que a solução que alvitro não é impossível.
Mas eu sou só um pobre diabo.
Espero que um Doutor tropece aqui e me ilumine.
e se a um burro se juntar um asno. Não é que cada vez mais nos empurram para deixar os certificados de aforro, quando ao contrário de tantos países, a nossa divida nacional está quase toda no exterior? porque será?
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