quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Rim e a Europa

Você que perdeu 2 minutos do seu valioso tempo para aturar as minhas divagações, imagine o seguinte cenário meramente hipotético. Ao deambular descontraído num momento de lazer é abordado por um transeunte, bem vestido e de boa aparência, que lhe põe a seguinte questão:
- O senhor é saudável?
Estranha a pergunta mas balbucia um – tanto quanto sei sim.
- E os seus rins…funcionam bem?
Num misto de surpresa e algum embaraço verifica se não está a ser filmado para os apanhados e responde a medo – sim.
- Pois…é que os meus não. Padeço de um mal nestes órgãos que temo me leve à morte caso não receba um transplante. O senhor importa-se de me doar um dos seus? Se é saudável viverá certamente com grande qualidade só com um rim e salva-me a vida.

Bom…abandone-mos o cenário hipotético porque certamente já perceberam onde quero chegar. O ser humano nunca dá nada. Na melhor das hipóteses troca. Quanto mais não seja troca pela sensação de bem estar e serenidade que o acto de dar proporciona…mas troca sempre. Está bom de ver que alguém só daria um passo como o que supra referi se em causa estivesse um familiar muito próximo, de tal forma, que ao ser confrontado com a eminência da perda e o sofrimento que tal provocaria, a dádiva não pareceria absurda como seria se de um perfeito estranho se tratasse…ainda que os dois fossem seres humanos com o mesmo direito à vida.
O mais certo seria até que o seu cérebro fosse inundado com justificações automáticas para suportar uma decisão aparentemente óbvia, do género:
  • A família dele que o ajude
  • Deu cabo do rim com a má vida e agora quer que eu lhe resolva o problema
  • Ou … que absurdo…não posso dar rins a toda a gente que necessita

Bom…antes que me comecem a invectivar pela carga de asneiras gostaria de dizer que esta metáfora anatomo-fisiológica pretende ilustrar o que penso sobre a situação actual da Europa.
Achar que a Europa, nos moldes actuais de integração, se vai unir e vai conseguir resolver os problemas dos Estados periféricos em apuros, é tão utópico como achar que alguém só pelo facto de ser Português me vai oferecer um rim se eu precisar dele. Não vai!
E nós vamos andando por aqui entretidos a enviar sacos de lixo à Moodys, quando deveríamos de discutir a solução definitiva do problema. E para mim a solução passa única e exclusivamente pelo federalismo Europeu. Uma união política que se sobreponha à União Monetária. Só como um todo a Europa reagirá à agressão de uma das partes…e nunca como uma soma de partes. Mau grado as bem intencionadas (ou enganadoras) declarações dos nossos lideres.
Claro que para isto acontecer teríamos que mexer na sacrossanta soberania nacional. Conseguem imaginar um líder político que conseguisse apresentar com desassombro ao país, um plano de integração federal? Pois eu também não!
Pobres mas Soberanos dizem…
Pois o que eu digo é simplesmente isto: Prefiro mil vezes transferir alguma soberania de forma negociada, transparente e em prol do bem comum do que, de forma encapotada, ser-me usurpada toda a soberania em benefício de poucos…e isso meus amigos é o que está a acontecer agora.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Reflexão de um pobre diabo sobre economia.

Manifestação prévia de incapacidade e limitação:
Sou um mero licenciado em Ciências Militares Navais, o que sobre o assunto em reflexão não trás qualquer tipo de iluminação. Ainda mais nos tempos que correm em que a proliferação de pós-graduações, MBAs, DBAs, e outros BAs que estejam por nascer me torna num perfeito ignorante. Mas como a Net é democrática e me dá as mesmas possibilidades que ao Stephen Hawking, escrevo o que me apetece, mesmo correndo o risco ser chamado de Burro (coisa que quem me conhece sabe que estou habituado).
Li na impressa diária que no corrente ano as solicitações de apoio de famílias sobre endividadas já excederam as 11000. Impressionante!
Dir-me-ão que a culpa é das ditas famílias que não souberam fazer contas à vida. Certo!
Mas que dizer da atitude completamente irresponsável das instituições financeiras que alimentaram este fartar vilanagem, sem qualquer tipo de cautela ou escrúpulo? No mínimo irresponsável! Digo no mínimo porque para mim há aqui algo mais do que mera irresponsabilidade.
Congelemos esta reflexão e passemos a outro ponto.
O Estado pediu recentemente ajuda financeira ao FMI e ao BCE, ajuda essa que se traduzirá num financiamento de 78 Mil Milhões de euros. Desta verba 12 Mil Milhões estão reservados para suprir eventuais necessidades da Banca. Ora estas necessidades advêm do facto de os bancos estarem com capitais reduzidos, e como para ajudar à festa alguém disse que somos lixo, impossibilitados de se financiar.
Mas agora pergunto eu:
Porque não damos esta verba aos bancos de forma indirecta?
Porque é que não pegamos no dinheirinho e liquidamos os múltiplos empréstimos dos sobre endividados sanando de uma vez as suas responsabilidades com a banca?
Obviamente que isto seria feito só aos sobre endividados, mediante garantia de estes não contraírem novos empréstimos, e com um juro e prazo de pagamento exequível.
Desta forma a banca reduziria fortemente o mal parado e assistiria a uma entrada de capital que lhe permitiria ter liquidez para, por exemplo, apoiar as empresas.
Desta forma as empresas apoiadas criariam mais emprego.
Desta forma os sobre endividados ficariam com um pouco de mais liberdade para de forma ligeira, mas no seu conjunto significativa, estimular o consumo, acelerando a economia.
Desta forma os tribunais que estão absolutamente atafulhados com o contencioso da banca ficariam mais libertos para os processos que verdadeiramente interessam.
E podia continuar por aí fora com uma miríade interminável de vantagens directas e indirectas. Então porque não se considera esta hipótese?
Tenho cá para mim que a banca não está muito interessada nisto. Toda esta teia, tecida a pouco e pouco, tornou a população mundial em meros escravos. Não, não ponho escravos entre aspas, somos literalmente escravos de um sistema do qual não conseguimos fugir. Um sobre endividado é um cliente eterno! Porque haveriam os bancos de prescindir desta prebenda?
Tenho cá para mim que encapotado em reestruturação a banca vai usar o bendito dinheirinho para eternizar o que já não tem fim. E em cima disto mais juros, mais lucros, mais bónus obscenos para administradores incompetentes oriundos dos viveiros dos partidos.
Pela minha parte não entendo.
Acho que a solução que alvitro não é impossível.
Mas eu sou só um pobre diabo.
Espero que um Doutor tropece aqui e me ilumine.


Introdução

Tá tudo nu!
E porquê o nome idiota?
Em primeiro lugar, por uma questão de audiência. Sendo que a larga maioria dos internautas anda na nuvem em busca de pornografia, e a minoria que não anda, de quando em vez dá uma “bicada”, espero que o nome engane o motor de busca e me coloque estrategicamente entre o PornHub e o YouPorn (as coisas que eu sei…) expondo as minhas reflexões a milhões.

Mais a sério.
Porque este é um blog para ler nu (sim não me enganei…agora é a sério).
Calma! Antes de arriscar uma detenção por exposição indecorosa das partes pudendas quero informar que o estado desnudado se refere não à roupa (embora o estar fisicamente nu possa ajudar), mas sim a todas as “vestes” que condicionam uma análise pura do texto.
Tenho cá para mim que para reflectir sobre algo devemos estar despidos de preconceitos, ideologias, referências familiares e toda a parafernália de “roupa” com que vestimos a nossa imagem exterior.
Aqui não há nada disso.
Dispam-se leiam, comentem…ou não, insultem-me até se quiserem…estou por tudo!